Quando o coronavírus explodiu pela Europa, em março passado, alterou o estilo urbano, forçando muita gente a fazer home office, praticamente fechando o setor de hospitalidade e mudando a vida de milhões.

Sem ter de se prender ao escritório – fenômeno inédito na carreira de muitos –, os citadinos europeus começaram a se espalhar, alguns para evitar o vírus, outros para fugir dos apartamentos apertados e caros e se conectar mais com a natureza.

Agora, quase um ano depois dos primeiros confinamentos e com uma previsão de outros tantos meses de restrições, a suposição mais óbvia é que a maioria dos exilados da Covid vai começar a voltar assim que o vírus começar a ser controlado, certo? Não é bem assim. Ao contrário do que diz a antiga canção, a dúvida atual não é como mantê-los na fazenda, mas sim como convencê-los a não se mudar para lá de vez.

Para os planejadores e especialistas em desenho urbano, isso significa começar a lidar com os problemas que há tempos afligem muitos desses centros – disponibilidade de moradia, transporte seguro e acesso a espaços verdes –, mas que se tornaram mais urgentes por causa da pandemia.

— De forma mais ampla, as cidades terão de lidar com novos desejos de conexão com a natureza e reconexão com a vida — diz Philipp Rode, diretor-executivo do LSE Cities, centro de pesquisas da London School of Economics.

Um êxodo semelhante vem sendo observado nos EUA durante a pandemia, com os nova-iorquinos mais abastados se recolhendo às casas de veraneio e os bambambãs da tecnologia do Vale do Silício se espalhando pelo país. De fato, o fenômeno pode ser mais pronunciado em terras norte-americanas

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